Esta sexta-feira, dia 25 de Junho, o historiador chileno José del Pozo vai estar no Auditório 2, às 18h30, para proferir a lição América Latina: Perante uma Redefinição da Região?
Como sempre, pode acompanhar estas intervenções online, em directo, aqui. Entretanto relembremos o que aqui ficou escrito, em Agosto do ano passado:
«Já está disponível a segunda edição revista e actualizada da Historia de América Latina y del Caribe do historiador chileno José del Pozo. É uma obra de referência para um conhecimento profundo deste Continente político, geográfico, económico e cultural. Tem como qualidades evidentes a clareza da linguagem, a exposição de factos, o recurso às estatísticas e a convocação de outras obras de autores especialistas nesta questão. Para quem constitui um enigma o tipo de evolução histórica dos países que constituem esta região, o livro historiciza, expõe dados, explicita a partir de factos. Tem ainda o mérito de combinar a história económica com a história política e dividindo esta história por períodos torna claro os progressos ou os retrocessos de políticas e de regimes adoptados. Para explicar as situações de desigualdade social, de regimes totalitários que aconteceram, de violência que caracteriza esta região, José del Pozo é claro: tal se deve a uma violência desde a conquista sobre os indígenas (que hoje permanece tomando outras formas), o militarismo que se seguiu às independências e que se traduziu na apropriação pelos militares de direitos, regalias, poderes e de recursos, todos eles excessivos, a formação de oligarquias despotistas de uma pequena elite de proprietários associados aos militares, guerras éticas permanentes, conflitos entre países vizinhos, a incapacidade de superar a crise mundial de 1929, interferência e agressão dos EUA (excepto no período Roosevelt) e mais tarde o alastramento da Guerra Fria a esta região do globo, a excessiva dependência do comércio externo, incapacidade de criar regimes democráticos permanentes. Mais recentemente a partir de 1990 e depois do período populista generalizado, o autor avalia a evolução generalizada do neo-liberalismo que, segundo ele, em nada resolveu os problemas centrais dos conflitos étnicos, a redução necessária da distância entre ricos e pobres (são impressionantes os dados sobre os multimilionários latinos e os níveis de pobreza) e o acesso à educação. Ressalvando as diferenças que existem na actualidade entre os países, seus regimes e seus líderes o autor termina a obra assumindo que um melhor horizonte para os países mais críticos passa pela defesa de governos mais comprometidos com a justiça social e desenvolvimento nacional, por uma atenção especial às questões éticas e, em especial e uma maior autonomia no contexto internacional. Uma cronologia que se inicia com a Guerra da Sucessão Espanhola (1700-1713) e acaba com o plebiscito em Março de 2009 na Venezuela que permite uma re-eleição constante de Hugo Chávez demonstra a ambição legítima desta obra. Em jeito de comentários por períodos históricos o autor faz uma história da cultura popular e erudita destes países, sendo assim possível recordar e sistematizar os clássicos destes países, as suas influências e as personagens históricas: de José Maria Velasquez a Jennifer López.»
apr