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Próximo Futuro

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02
Fev11

A “diversidade que se agrega num todo”, com Hisae Ikenaga em Lisboa

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Primeira oportunidade para ver em Portugal o trabalho eclético que a jovem artista mexicana, de ascendência nipónica, Hisae Ikenaga (1977) tem proposto através do recurso a materiais e objectos de fabrico industrial disponíveis em cadeias multinacionais, procurando reconfigurar num contexto artístico as suas possibilidades de utilização.

Ikenaga transforma peças de mobiliário do IKEA em esculturas, desmultiplica recortes dos contornos de equipamentos domésticos tornando-os delicados cenários de papel e cria novos “fósseis” com bolas de golfe e corais, num jogo de dicotomias assumidamente lúdico e simbólico. Radicaliza a própria lógica “do it yourself” (“faça você mesmo”), que permite a ampla circulação e comercialização de objectos de consumo, para desviá-los do seu destino formal e funcional mais evidente. Com uma biografia que cruza a América Latina, Europa e Ásia, Hisae Ikenaga traz para a sua obra um modo descomplexado de celebrar a criatividade num mundo cada vez mais dividido entre a homogeneização do que tem alcance global e a sobrevivência do que ainda chamamos de identidades locais. “Concreciones”, ou “diversidade que se agrega num todo”: para ver ao vivo até 26 de Fevereiro na Galeria 3+1, em Lisboa.

 

LM

09
Dez10

A ver em Paris

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Um museu que investe muito seriamente na apresentação de arte africana tradicional e erudita. É o Museu Dapper que apresenta até 10 de Julho de 2011 a EXPOSIÇÃO Angola Figures de Pouvoir. Um exposição composta por uma primeira parte dedicada à obra do artista plástico António Olé e uma segunda parte que reune peças extraordinárias provenientes de várias colecções públicas e privadas de escultura, estatuária, máscaras, tecidos e utensílios de rito de Angola, ou mais precisamente, do antigo reino do Congo. A ver, aqui, ou lá.

 

 

 

(CHOKWE) Angola, figures de pouvoir

 

E uma exposição de fotografia de artistas sul-americanos com obras desde os anos 30 do século passado à actualidade: Fragments Latino-Américains. São dezasseis fotógrafos de nove países e é uma exposição a ver para conhecer a excelência desta tradição fotográfica. Na Casa da América Latina em Paris.

 

 

 

 Roberto Humacaya

25
Jun10

José del Pozo na Fundação Gulbenkian

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Esta sexta-feira, dia 25 de Junho, o historiador chileno José del Pozo vai estar no Auditório 2, às 18h30, para proferir a lição América Latina: Perante uma Redefinição da Região?

 

Como sempre, pode acompanhar estas intervenções online, em directo, aqui. Entretanto relembremos o que aqui ficou escrito, em Agosto do ano passado:

 

«Já está disponível a segunda edição revista e actualizada da Historia de América Latina y del Caribe do historiador chileno José del Pozo. É uma obra de referência para um conhecimento profundo deste Continente político, geográfico, económico e cultural. Tem como qualidades evidentes a clareza da linguagem, a exposição de factos, o recurso às estatísticas e a convocação de outras obras de autores especialistas nesta questão. Para quem constitui um enigma o tipo de evolução histórica dos países que constituem esta região, o livro historiciza, expõe dados, explicita a partir de factos. Tem ainda o mérito de combinar a história económica com a história política e dividindo esta história por períodos torna claro os progressos ou os retrocessos de políticas e de regimes adoptados. Para explicar as situações de desigualdade social, de regimes totalitários que aconteceram, de violência que caracteriza esta região, José del Pozo é claro: tal se deve a uma violência desde a conquista sobre os indígenas (que hoje permanece tomando outras formas), o militarismo que se seguiu às independências e que se traduziu na apropriação pelos militares de direitos, regalias, poderes e de recursos, todos eles excessivos, a formação de oligarquias despotistas de uma pequena elite de proprietários associados aos militares, guerras éticas permanentes, conflitos entre países vizinhos, a incapacidade de superar a crise mundial de 1929, interferência e agressão dos EUA (excepto no período Roosevelt) e mais tarde o alastramento da Guerra Fria a esta região do globo, a excessiva dependência do comércio externo, incapacidade de criar regimes democráticos permanentes. Mais recentemente a partir de 1990 e depois do período populista generalizado, o autor avalia a evolução generalizada do neo-liberalismo que, segundo ele, em nada resolveu os problemas centrais dos conflitos étnicos, a redução necessária da distância entre ricos e pobres (são impressionantes os dados sobre os multimilionários latinos e os níveis de pobreza) e o acesso à educação. Ressalvando as diferenças que existem na actualidade entre os países, seus regimes e seus líderes o autor termina a obra assumindo que um melhor horizonte para os países mais críticos passa pela defesa de governos mais comprometidos com a justiça social e desenvolvimento nacional, por uma atenção especial às questões éticas e, em especial e uma maior autonomia no contexto internacional. Uma cronologia que se inicia com a Guerra da Sucessão Espanhola (1700-1713) e acaba com o plebiscito em Março de 2009 na Venezuela que permite uma re-eleição constante de Hugo Chávez demonstra a ambição legítima desta obra. Em jeito de comentários por períodos históricos o autor faz uma história da cultura popular e erudita destes países, sendo assim possível recordar e sistematizar os clássicos destes países, as suas influências e as personagens históricas: de José Maria Velasquez a Jennifer López.»

 

apr

20
Jun10

Lição de Alexandra Barahona de Brito

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AMÉRICA LATINA: LONGUE DURÉE E CONJUNTURA

21 de Junho, segunda-feira, 18h30, Auditório 2 

 

Quando analisamos a América Latina, podemos interpretar o que se passa por lá, através de várias ópticas: ou nos concentramos nos seus aspectos cíclicos ou reparamos nas continuidades subjacentes fundamentais ou, então, adoptamos uma perspectiva mais jornalística. O prognóstico que traçarmos, sobre as perspectivas do futuro da região, será realçado pela maneira de examinarmos a sua evolução. Neste sentido, referirei aqui grandes melhorias, identificarei alguns dos principais ciclos e, por fim, farei uma previsão, tentando interpretar o que se passa na actualidade e o que é possível esperar nos próximos anos. Reconhecer a diversidade interna da América Latina, independentemente das características partilhadas, é uma forma de evitar as armadilhas de uma simples história e, em vez disso, apresentar aquilo a que Chinua Achebe chama de ‘oscilação de histórias’.

   

ALEXANDRA BARAHONA DE BRITO é professora no departamento de Sociologia do ISCTE-IUL e investigadora independente e consultora editorial. Foi investigadora principal associada no Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais (IEEI), em Lisboa. É mestre e doutorada pela universidade de Oxford e tem publicado artigos e livros sobre justiça de transição, direitos humanos, democratização e relações Europa-América Latina, entre as quais se contam “Human Rights and Democratization in Latin America: Uruguay and Chile” (Oxford University Press 1997), e “The Politics of Memory: Transitional Justice in Democratizing Societies” (Oxford University Press 2001).

06
Abr10

O kitsch

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Em viagem a Cuba deve, entre outros possíveis livros, levar-se como obra de leitura A Insustentável Leveza do Ser de Milan Kundera.

Um excerto: " Claro que é necessário que os sentimentos suscitados pelo Kitch possam ser partilhados pelo maior número de pessoas. Assim, o Kitsch não apela para o insólito; apela, isso sim, para algumas imagens-chaves profundamente enraizadas na memória dos homens: a filha ingrata, o pai abandonado, as crianças a correr num relvado, a pátria traída, a recordação do primeiro amor.

O Kitsch faz-nos vir duas lágrimas de emoção aos olhos, uma logo a seguir à outra. A primeira diz: Que coisa bonita, crianças a correr num relvado!

A segunda diz: que coisa bonita, comover-nos como toda a  humanidade se comove quando há crianças a correr num relvado!

Só esta segunda lágrima é que faz com que o Kitsch seja o Kitsch...."

 

apr

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