Refugiados da Líbia chegam a Lampedusa, notícia do Guardian para ler aqui.
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Já saiu o número 7 do Jornal do PRÓXIMO FUTURO!
Atalho para download aqui.
E aproveitamos para lembrar que HOJE, às 16h30, as curadoras Michket Krifa e Laura Serani, responsáveis pelos 8.ºs Encontros de Bamako, dão uma visita guiada à exposição "Fronteiras"(inaugurada ontem no edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa). A visita será dada em francês.
O ingresso na exposição custa 4 Euros (excepto aos Domingos, que têm entrada gratuita). Mais informações sobre horários, bilheteiras, contactos, aqui.
Yo-Yo Gonthier, "O Vigia" (série "A Praia"), 2008.
Logo depois das Grandes Lições de hoje, há abertura às 22h das "Fronteiras" da 8.ª Bienal de Fotografia Africana de Bamako (Mali), em plena sede da Fundação Calouste Gulbenkian.
A questão das fronteiras mantém-se eminentemente actual e paradoxal num mundo em que, por um lado, se proclama e pratica o esbatimento das fronteiras mas, por outro, se erguem muros destinados a protegê-las. Com efeito, a globalização e o liberalismo económico impuseram a porosidade de determinados territórios, sem contudo impedir a multiplicação de medidas dissuasoras e repressivas para conter os fluxos migratórios, induzidos por outros imperativos.
(Início do texto das curadoras da 8.ª Bienal de Fotografia de Bamako, Michket Krifa e Laura Serani, disponível no jornal da exposição)
E ainda nesta 6f, mas mais perto das 24h, começa o "Baile" na Garagem da Gulbenkian, com os DJ's Kenneth Montague e Lyndon Barry...!
VISITAS GUIADAS à exposição "Fronteiras":
14 de Maio (sábado), às 16h30: com as curadoras Michket Krifa e Laura Serani (em francês)
18 de Maio (quarta-feira, Dia Internacional dos Museus), às 18h00: com Lúcia Marques
22 de Maio, 29 de Maio e 5 de Junho (domingos), às 15h30: com Lúcia Marques
(Encontram demais Informações, Calendário e Bilheteiras on-line no site do Próximo Futuro)
A 1.ª parte das Grandes Lições deste ano têm lugar no Auditório 2 da Gulbenkian, já AMANHÃ (sexta-feira, dia 13 de Maio), a partir das 09h30, com a conferência de PATRICK CHABAL, dedicada ao "Racionalismo ocidental depois do pós-colonialismo". Seguir-se-ão as comunicações de KOLE OMOTOSO, sobre "A ambiguidade perigosa da tribo Wabenzi: Áfricas dos Próximos Futuros", e de YUDHISHTHIR RAJ ISAR, intitulada "Política Cultural: enfrentando uma hidra". Por razões alheias à organização do Próximo Futuro, o professor Breyten Breytenbach não poderá estar presente.
Para além dos diversos links que já aqui tivemos oportunidade de disponibilizar sobre os convidados desta 1.ª parte, vale a pena rever as respectivas sinopses das comunicações no site do Próximo Futuro. A entrada para assistir às Grandes Lições é livre e haverá tradução simultânea.
[Na foto: Patrick Chabal, autor de importantes sínteses históricas, políticas e culturais, de que são exemplo Vozes Moçambicanas: Literatura e Nacionalidade (1994), A History of Postcolonial Lusophone Africa (2002) e Africa: The Politics of Suffering and Smilling (2009)]
E porque HOJE, em pleno Workshop sobre "O Estado das Artes em África e na América do Sul" (imperdível para quem se interessa por literatura, arquitectura, cinema, circulação cultural, fotografia, música, coleccionismo, nestas geografias), nas comunicações que começam às 14h30, há um destaque especial às exposições de "fotografia africana" – e mesmo em vésperas da inauguração da mostra "Fronteiras" –, eis uma sugestão de leituras possíveis na Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian:
A fiction of authenticity : contemporary Africa abroad / essays by Orlando Britto Jinorio...[et al.] . - St. Louis : Contemporary Arts Museum, cop. 2003.
Africa remix : contemporary art of a Continent / [ed. lit.] Simon Njami ; with essays by Luci Durán... [et al.] ; and a dialogue between Marie-Laure Bernadac and Abdelwahab Meddeb. - Ostfildern-Ruit : Hatje Cantz, cop. 2005.
Africa : the art of a continent / edited by Tom Phillips ; [preface] Cornel West ; design Petra Lüer. - Munich ; London ; New York : Prestel, cop. 1999.
Afriphoto II. - Trézélan : Filigranes Editions, imp. 2005. - 1 pasta (4 v.) (Collection Afriphoto ; 5-8. - 1o v.: Malick Sidibé. - 31, [1] p . - 2o v.: Bill Akwa Bétotè. - [32] p . - 3o v.: Omar D. - [32] p . - 4o v.: Fouad Hamza Tibin, Mohamed Yahia Issa. - [32] p.
Afterlife / ed. by Sophie Perryer . Cape Town : Michael Stevenson, 2007.
Amulets & dreams : war, youth & change in Africa / ed. by Omar Badsha ; photogr. by Guy Tillim & Omar Badsha ; text by Julia Maxted ; foreword by Amara Essy. - Pretoria : SAHO : ISS : UNISA, 2002.
Angaza Afrika : African art now / Chris Spring. - London : Laurence King Publishing, 2008.
Angola : figures de pouvoir / dir. Christiane Falgayrettes-Leveau . - Paris : Musée Dapper, cop. 2010.
Anthology of african art : the twentieth century / edited by N'Goné Fall and Jean Loup Pivin . New York : D.A.P.; Paris : Revue Noire Éditions, African Contemporary Art, cop. 2002.
Antologia da fotografia africana e do Oceano Índico / [ed. lit.] Pascal Martin Saint Léon, N'Goné Fall ; trad. Irène Ernest Dias... [et al.]. - [Paris] : Editions Revue Noire, D.L. 1998. - 432 p. : il. color. ; 32 cm. - Obra publicada por ocasião da exposição patente na Pinacoteca do Estado de São Paulo; exposição realizada em parceria com a Pinacoteca do Estado de São Paulo, a Editora Revue Noire, a Maison européenne de la photographie e a South African Gallery da África do Sul. - Contém índice, referências bibliográficas e dados biográficos dos fotógrafos representados. |
Authentic Ex-Centric : conceptualism in contemporary african art / Salah M. Hassan, Olu Oguibe. - Ithaca : Forum for African Arts, cop. 2001. Obra publicada por ocasião da exposição "Authentic/Ex-centric : Africa in and out of Africa" patente no âmbito da 49a Bienal de Veneza, 2001.
Avenue Patrice Lumumba / Guy Tillim ; with texts by Robert Gardner and Guy Tillim. Munich [etc.] : Prestel; Cambridge : Peabody Museum of Archaeology and Ethnology, 2008.
Bamako : a la ciutat i més enllà : VII Trobada Africana de Fotografia / Barcelona : Centre de Cultura Contemorània de Barcelona, cop. 2009. Obra publicada por ocasião da exposição patente no Centre de Cultura Contemorània de Barcelona (Espanha), de 24 de Fev. a 11 de Junho de 2009
Bamako 03 : fotografia africana contemporània / dir. Pep Subirós. - Barcelona : Centre de Cultura Contemporània de Barcelona, cop. 2004.
David Goldblatt, photographs / introd. Martin Parr. - Roma : Contrasto, 2006. - 253 p. Obra publicada no âmbito da exposição David Goldblatt, patente em Arles, Rencontres internationales de la Photographie, em Winterhur no Fotomuseum, e em Milano - Forma - Centro Internazionale di Fotografia em 2007
David Goldblatt : südafrikanische fotografien, 1952-2006 / buchkonzept Martin Parr, David Goldblatt ; übersetzungen Martin Jaeggi. - Basel : Christoph Merian; Winterthur : Fotomuseum, cop. 2007.
El tiempo de África / concepto Simon Njami. Las Palmas de Gran Canaria : Centro Atlántico de Arte Moderno, cop. 2000. Obra publicada por ocasião da exposição organizada e patente no Centro Atlántico de Arte Moderno, Las palmas de Gra Canaria (Espanha), 12 Dez. 2000 a 4 Fev. 2001
Entangled : Annäherungen an zeitgenössische künstler aus Afrika = Approaching contemporary african artists / edited by Marjorie Jongbloed. -Hannover : Volkswagen Foundation, 2006.
Going home / Jodi Bieber ; trad. Sergio Rubira. – In Exit . - ISSN1577-2721 . - Madrid . - N. 32 (Out./Dez. 2008), p.52-71
In-sight : african photographers, 1940 to the present / curated by Clare Bell... [et al.] ; designed by Cara Galowitz ; [preface] Thomas Krens. - New York : Guggenheim Museum, cop. 1996. Fotógrafos lusófonos : Mody Sory Diallo, Meïssa Gaye, Ricardo Rangel |
L'Afrique par elle-même : La photographie africaine de 1840 à nos jours. - In:Revue noire . - [Paris] . - N. 28 (mars-avril-mai 1998), p. 65-78.
Like a virgin... : Lucy Azubuike, Zanele Muholi / ed. by Bisi Silva ; text Christine Eyene, Bisi Silva. - Lagos : Centre for Contemporary Art, 2009.
Next flag : the african sniper reader / edited by Fernando Alvim, Heike Munder, Ulf Wuggenig. Zürich : JRP, 2005. Obra publicada no âmbito do projecto "Next flag : reexistência cultural generalizada - an african sniper project for european spaces"
Olvida quién soy = Erase me from who I am / coord. Elvira Dyangani Ose ; fot. Nacho González ... [et al] ; trad. Dwight Porter e Juan Larrea. - Las Palmas : Centro Atlântico de Arte Moderno, 2006.
Personal affects : power and poetics in contemporary south african art / curated by David Brodie. ; with essays and interviews by Okwui Enwezor, Tracy Murinik, Liese van der Watt. - New York : Museum for African Art ; Cape Town : Spier, cop. 2004.
Pieter Hugo : the critical zone of engagement / Bronwyn Law-Viljon. Fotógrafo vencedor da categoria "Retratos" da competição do World Press Photo 2006. . – In Aperture . -ISSN0003-6420 . - New York . - N. 186 (Spring 2007), p. 20-29
Reading the contemporary african art from theory to the marketplace / edited by Olu Oguibe and Okwui Enwezor. - London : inIVA, 1999.
South African intersections / David Goldblatt ; with an interview by Mark Haworth-Booth ; and essays by Christoph Danelzik-Bruggemann and Michael Stevenson. - Munich (etc.) : Prestel, cop. 2005.
The emerging self / Michelle Sank. - In:Katalog . - ISSN0904-2334 . - Odense, Denmark . - V. 13, n. 3 (Fall 2001), p. 14-19.
The end of the game : the last word from paradise : a pictorial documentation of the origins, history and prospects of the big game in Africa / Peter H. Beard. - Köln : Taschen, 2008.
The hyena & other men / Pieter Hugo ; with an essay by Adetokunbo Abiola. - Munich [etc.] : Prestel, 2007.
The outsider / Sean O'Toole. - In:Creative review . - London . - V. 25, n. 7 ( July 2005), p. 44-47 .
The transported of KwaNdebele / David Goldblatt ; trad. Babel 2000. – In Exit . - ISSN1577-2721 . - Madrid . - N. 32 (Out./Dez. 2008), p. 46-51
The view from Africa / [texts] Chimamanda Ngozi Adichie... [et al.] ; introd. John Kyle ; [ed. lit.] Ian Jack. - London : Granta, 2005.
Travesía / coord. Mari Carmen Rodríguez Quintana . Las Palmas de Gran Canaria : Centro Atlántico de Arte Moderno, 2008. -Obra publicada por ocasião da exposição patente no Centro Atlántico de Arte Moderno, Las Palmas de Gran Canaria (Espanha), de 17 de Out. de 2008 a 4 de Jan. de 2009.
Visionary Africa. Milano : Silvana ; Brussels : Bozar Books, 2010. - 3 v. : il. color. ; 29 cm. - Obra publicada no âmbito do Festival "Visionary Africa" realizado do Centre for Fine Arts e no Royal Museum for Central Africa, Bruxelas (Bélgica), de 30 de Maio a 26 de Set. 2010. 1o v.: African renaissances . - 2o v.: A useful dream : african photography, 1960-2010 / préf. Yves Leterme... [et al.]. - 187, [4] p. - Obra publicada por ocasião da exposição patente no Centre for Fine Arts, Bruxelas (Bélgica), de 26 de Junho a 26 de Set de 2010 . - 3o v: Geo-graphics : a map of art practices in Africa, past and present / David Adjaye ; ed. by Emiliano Battista... [et al.] ; transl. Michael Breslin... [et al.] ; proof. Ondina Granato, Joel Griffith, Raka Singh ; pref. Herman Van Rompuy... [et al.]. - 378, [6] p.
(na foto: capa do jornal com download disponível aqui)
É já amanhã, dia 12 de Maio (das 9h30 às 17h30), que tem lugar no edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian a sessão pública do 5º workshop de investigação e produção teórica do Programa Próximo Futuro, dedicado ao “Estado das Artes em África e na América do Sul”. Sendo este um programa centrado nestas regiões geográficas e nas diásporas dos países que delas fazem parte, pretende-se, assim, estudar e problematizar o estado das várias artes nestes países e nas suas diásporas, quer no que diz respeito às práticas artísticas, quer no que diz respeito às narrativas sobre as artes, em especial no período pós-independentista, muito diferente conforme os países e os continentes geográficos a que nos referimos.
O objectivo também passa por fazer um levantamento do sistema das artes no contexto dos mercados, das organizações de artistas, de formação e de distribuição. Durante o workshop serão referidos estudos de caso e haverá reflexões sobre a produção local e a sua internacionalização.
Para participar neste workshop, o Próximo Futuro tem como convidados:
E a entrada é livre!
Inaugura hoje às 18h, no Museu Nacional de História Natural, em Lisboa, a exposição InSight-s: Uma Instalação Multimédia em três Continentes da artista chilena MAGALY PONCE, produzida por Natércia Caneira com o apoio da Embaixada do Chile em Portugal.
No seu texto sobre esta instalação de Ponce, a directora da Sheldon Art Galleries em Sant Luis (EUA), Olivia Lahs Gonzales, explica:
Magaly Ponce explora a interacção entre a sua vida interior e a sua história pessoal num diálogo com a história das paisagens com que escolhe trabalhar e com o movimento de pessoas nesses cenários. O seu trabalho consiste geralmente de vídeos e instalações multimédia, por sua vez apoiado e reforçado na sua mensagem por meio da utilização de diversas formas de expressão incluindo a projecção, som, escultura, impressão digital, fotografia ou desenho. Nascida em Maria Elena, no Chile, uma cidade mineira de nitratos, situada no deserto de Atacama e que já não existe, as primeiras obras de Ponce versam sobre a complexidade de sentimentos por que passou enquanto crescia sob a influência de uma agressiva ditadura militar e do catolicismo – duas instituições poderosas que contribuíam fortemente para a promoção do medo e da autocensura. Ponce estudou Design Gráfico na Universidade de Valparaíso no Chile, onde ganhou a Bolsa de Vídeo Criatividade da Fundação Rockefeller, MacArthur e Lampadia. Desde que deixou o Chile em 1996 para estudar na Universidade de Syracuse, como bolseira da Fulbright, tem regressado frequentemente a casa para visitar a sua família e reflectir sobre a história de seu país e do seu papel dentro dele.
Deslocação, movimento e as complexas relações que as pessoas estabelecem com as paisagens em que vivem têm sido temas fundamentais nas investigações de Ponce, assim como questões sobre identidade, migração e exploração de recursos, tanto humanos como terrestres. No seu projecto mais recente intitulado InSight-s: Uma Instalação multimédia em três continentes, inspirado no historial baleeiro das zonas costeiras, Ponce que reside há cinco anos em Providance, Rhode Island, USA, concebeu uma exposição multimédia cumulativa que investiga variadas facetas sobre as baleias e sobre a sua exploração por parte dos sistemas económicos. Recriando a teia de ligações entre os baleeiros, baleias e os países que as caçam, Ponce apresenta a sua última exposição em vários locais em que a caça à baleia teve um papel central, incluindo Providence em Rhode Island, Praia em Cabo Verde e finalmente em Lisboa e nos Açores - Portugal.
A exposição reúne o trabalho de dois anos que Ponce desenvolveu com baleias ao largo de Plymouth, Massachusetts, contribuindo para a New England Coastal Wildlife Alliance (NEWCA), uma organização sem fins lucrativos que se dedica a proteger e conservar a fauna marinha, através do estabelecimento de um etograma sobre baleias desenvolvido para facilitar o estudo do comportamento especificamente das baleias Jubarte, e assim contribuir para a sua preservação.
Durante estes anos, ela trabalhou no Humpback Whale Ethogram Project, dirigido pela bióloga marinha Carol Carson, presidente do NECWA e na Faculdade de Biologia do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Estatal de Bridgewater. A sua inspiração para realizar InSight-s partiu do seu encontro com Carson na universidade, quando a bióloga lhe perguntou sobre a melhor forma de catalogar e digitalizar as 90 horas de vídeo captados sobre os hábitos desta espécie de baleia para um banco de dados pesquisáveis relativo ao comportamento das baleias. O etograma consistia em documentos fotográficos, mapas de localização geográfica, desenhos e vídeos do comportamento das baleias que então seriam organizadas num banco de dados de pesquisa. Ponce aceitou, juntamente com os seus alunos, participar no projecto e foi convidada a acompanhar a equipa numa missão de observação das baleias. Maravilhada com a sua dimensão e graciosidade, Ponce começou a investigar a história e diáspora da indústria baleeira e cedo se apercebeu que esta pesquisa se poderia tornar num projecto pessoal significativo.
De acordo com Ponce, a luz desempenha um papel importante na exposição, tanto metafórica como fisicamente. Esta serve não só para iluminar as peças da exposição, mas remete-nos também para os tempos em que as baleias eram importantes para a produção da iluminação antes da utilização do petróleo. Em meados do século XIX, o óleo da baleia e o seu impacto económico era provavelmente equivalente à importância que o petróleo assume na economia contemporânea. Em 1850, no auge da caça à baleia, o óleo atingiu o valor máximo de 2,50 dólares por galão. Outro tipo de luz– empregue nos vídeos de imagens em movimento – é igualmente utilizado na exposição, neste caso com o objectivo de chamar o espectador para um envolvimento mais imediato na temática, mas de uma forma mais directa. A filmagem presente na exposição deriva do trabalho acumulado durante o Verão e Outono de 2009 e da Primavera e Verão de 2010, quando Ponce colaborou nas pesquisas desenvolvidas pelo NEWCA. Ao reintegrar vídeos científicos numa abordagem artística, Ponce baseia a sua instalação na realidade vivida, criando assim uma forte declaração sobre o valor e fragilidade destes animais.
Tomadas como um todo, as partes individuais da exposição mergulham o espectador numa experiência poética relativa à interacção entre seres humanos e baleias. Ao envolver o seu público com uma variedade de materiais e técnicas, algumas fundamentadas no presente, outras no passado, algumas na ciência, e outras ligadas ao uso da metáfora artística, Ponce estimula-nos ajudando-nos a entender a sua matéria de investigação sem o fazer de forma dogmática ou com didactismo. O trabalho é eficaz em demonstrar a complexidade destes mamíferos marinhos e do seu historial com os humanos, reforçando o seu poder e mistério oferecendo simultaneamente uma variedade de imagens enriquecidas de poética e conteúdos.
Haverá uma mesa-redonda a 26 de Maio (às 19h, no Museu) e a exposição estará aberta ao público até 31 Julho de 2011.
Outros links úteis aqui, aqui e também aqui.
Lúcia Marques
Uma visita ao mercado Tunga N'go em Angola através das fotografias e escrita de Anja Mutic, no seu EverTheNomad blog.
Imagem da primeira exposição individual de MAURO PINTO em Portugal e que inaugura no próximo dia 14 de Maio, às 18h00, na galeria Influx Contemporary Art.
Eis texto pelo curador e artista moçambicano Jorge Dias:
’MAPUTO – LUANDA - LUBUMBASHI’
Em 2005, quando Mauro Pinto apresentou em Maputo o projecto “Portos de Convergência”, o público do Centro Cultural Franco-Moçambicano (e, mais tarde, do Museu Nacional de Arte) teve a oportunidade de testemunhar as extraordinárias imagens dos portos comerciais de Maputo e Luanda. Era a apresentação de um... trabalho que se iniciava ali mas que mostrava já ser muito ambicioso. Mais do que expôr fragmentos de lugares, tratava-se de tornar estes lugares em pontos de partida.
‘MAPUTO - LUANDA – LUBUMBASHI’ sem se inserir directamente neste projecto, decorre dele e reúne três séries que resultam da negociação entre o fotógrafo e a privacidade dos sujeitos, dos espaços e dos elementos fotografados. A exposição traz-nos imagens de lugares que foram outrora palco de migrações massivas e brutais relacionadas com o comércio de escravos Africanos, imagens de lugares maltratados e desgastados pelo tempo mas também outras imagens melancólicas, quase intimistas, de interiores de habitações e espaços comerciais.
Uma das fotografias a cores mostra-nos o interior de uma barbearia. Vários elementos articulam esta imagem: o jogo dos espelhos, os cartazes de alguns ídolos da música e do futebol, a iluminação e, por fim, as pessoas, que posam, num cenário que já estava montado.
Já as séries ‘Maputo’ e ‘Luanda’, revelam um outro lado do trabalho do fotógrafo. Recorrendo à fotografia analógica a preto e branco, abandonada por muitos fotógrafos em Maputo, e claramente influenciado por Ricardo Rangel, Mauro Pinto adopta um discurso mais conscientemente crítico. A fotografia das “Divas Africanas” ou a dos bairros pobres reflectem realidades sociais distintas, mas é notória a opção por fotografar os mais frágeis assumindo-se aqui claramente o artista como um porta-voz.
Mauro Pinto traz tudo isto para o seu trabalho, sem compromissos e sem intenção de reconstrução histórica. Imagens por vezes provocantes e sempre artisticamente inspiradoras e uma enorme capacidade de realçar o contraste, de capturar o real, a essência, o espaço, fazem da sua fotografia um caso ímpar em Moçambique.
Jorge Dias
Artista Plástico, Curador
Moçambique
Mais links para conhecer a obra de MAURO PINTO, um dos mais talentosos fotógrafos moçambicanos da actualidade, aqui, aqui, aqui e aqui (para começar...)!
Lúcia Marques
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