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Próximo Futuro

Próximo Futuro

20
Jun09

As armas do Verão

Próximo Futuro
Escuta a palpitação do espaço
são os passos da estação no cio
sobre as brasas do ano

Rumor de asas e de guizos
tambores longínquos do aguaceiro
crepitação e respiração da terra
sob suas vestes de insectos e raízes

A sede desperta e constrói
suas grandes gaiolas de vidro
onde tua nudez é água encadeada
água que canta e se desencadeia

Armada com as armas do Verão
entras em meu quarto e em minha fronte
e desatas o rio da linguagem
olha-te nestas rápidas palavras

O dia queima-se pouco a pouco
sobre a paisagem abolida
tua sombra é um país de pássaros
que o sol dissipa com um gesto


Octávio Paz
Tradução de Luís Pignatelli
Antologia Poética, Dom Quixote
19
Jun09

Orquestra Gulbenkian

Próximo Futuro
Amanhã, 20 de Junho, no Anfiteatro ao Ar Livre

Na continuação de anteriores apresentações no Anfiteatro ao Ar Livre dos jardins da Fundação, a Orquestra Gulbenkian organizou para este Verão um programa da sua inteira responsabilidade a propósito das relações musicais possíveis entre compositores da América Latina, de África e da Europa. Num único concerto e sob a direcção do maestro Osvaldo Ferreira, vamos poder assistir à execução das seguintes obras:

George Gershwin – Cuban Overture 10’
Heitor Villa-Lobos – Dansa e Toccata (da Bachiana Brasileira N.º 2) 10’
Hans Rosenschoon – Clouds Clearing 10’
Alberto Ginastera - Variações Concertantes 23’
Aaron Copland – Three Latin-American Skecthes 10’
Astor Piazzolla – Violentango 5’

(um video de Violentango de Piazolla, pela Orquestra Sinfónica de Haifa)

18
Jun09

...

Próximo Futuro
Convide-me a passar a noite na sua boca
Conte-me a juventude dos rios
Pressione a minha língua contra o seu olho de vidro
Dê-me a sua perna como alimento
E depois durmamos irmão do meu irmão
Porque os nossos beijos morrem mais depressa que a noite.

Joyce Mansour


(Tradução anónima)
17
Jun09

Fatal

Próximo Futuro
Os moços tão bonitos me doem,
impertinentes como limões novos.
Eu pareço uma atriz em decadência,
mas, como sei disso, o que sou
é uma mulher com um radar poderoso.
Por isso, quando eles não me vêem
como se me dissessem: acomoda-te no teu galho,
eu penso: bonitos como potros. Não me servem.
Vou esperar que ganhem indecisão. E espero.
Quando cuidam que não,
estão todos no meu bolso.


Adélia Prado

Bagagem
Livros Cotovia, 2002

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