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Próximo Futuro

Próximo Futuro

20
Nov09

Inclassificáveis

Próximo Futuro
que preto, que branco, que índio o quê?


que branco, que índio, que preto o quê?

que índio, que preto, que branco o quê?


que preto branco índio o quê?

branco índio preto o quê?

índio preto branco o quê?


aqui somos mestiços mulatos

cafuzos pardos mamelucos sararás

crilouros guaranisseis e judárabes


orientupis orientupis

ameriquítalos luso nipo caboclos

orientupis orientupis

iberibárbaros indo ciganagôs


somos o que somos

inclassificáveis


não tem um, tem dois,

não tem dois, tem três,

não tem lei, tem leis,

não tem vez, tem vezes,

não tem deus, tem deuses,


não há sol a sós


aqui somos mestiços mulatos

cafuzos pardos tapuias tupinamboclos

americarataís yorubárbaros.


somos o que somos

inclassificáveis


que preto, que branco, que índio o quê?

que branco, que índio, que preto o quê?

que índio, que preto, que branco o quê?


não tem um, tem dois,

não tem dois, tem três,

não tem lei, tem leis,

não tem vez, tem vezes,

não tem deus, tem deuses,

não tem cor, tem cores,


não há sol a sós


egipciganos tupinamboclos

yorubárbaros carataís

caribocarijós orientapuias

mamemulatos tropicaburés

chibarrosados mesticigenados

oxigenados debaixo do sol



ANTUNES, Arnaldo. "Inclassificáveis" ( Letra de canção. In CD "O silêncio")


18
Nov09

Mobilidades entre Continentes

Próximo Futuro
Os artistas, os trabalhadores da cultura - outrora talvez designados ora como pensadores, ora como artífices das artes – e os comerciantes são as profissões que tradicionalmente estão associadas à deslocação transfronteiriça, ao nomadismo sazonal. A estes grupos profissionais se deve a construção civilizacional assente nas influências culturais, na diversidade, nas trocas, no enriquecimento de muitas cidades, europeias, neste caso particular.
Actualmente, e no contexto das migrações, dos fluxos de pessoas e de bens, debate-se em fóruns de profissionais, em instâncias políticas e em organizações governamentais, legislativas e executivas, entre as quais a Comissão Europeia, a mobilidade dos artistas e dos trabalhadores da cultura. Debate-se porque para além de ser uma necessidade, ela é um facto incontornável. A discussão deve servir sobretudo para incentivar a mobilidade e criar mecanismos que a facilitem. Apesar de ser necessária para contribuir para o conhecimento, para a inovação, para a comunicação entre comunidades, para o crescimento de mercados a questão não é nada pacífica. E contudo, e antes de mais a mobilidade, o direito de todo e qualquer cidadão se deslocar para qualquer país deveria ser considerado um direito universal de cidadania universal. A União Europeia debate-se com a contradição de, por um lado, incentivar a mobilidade com consequências até exemplares como é o caso do Programa Erasmus, e, por outro lado construir uma autêntica muralha relativamente à imigração.
Os problemas em discussão nestes debates decorrem do maior ou menor incentivo dos governos nacionais à mobilidade, dos mecanismos que têm ou não para a viabilizar, as questões relacionadas com a acessibilidade à segurança social, as possíveis duplas taxações, os direitos de propriedade intelectual, etc. A estes problemas internos aos Estados Membros da EU acrescentam-se os complexos temas da concessão de vistos e do reconhecimento do estatuto dos artistas quando se trata da mobilidade com os países terceiros.
Estas contradições emergem nos debates sobre a mobilidade dos trabalhadores culturais e dos artistas, nomeadamente quando alguns países da EU pretendem restringir os mecanismos de incentivo à mobilidade e financiamentos próprios aos estados membros. Um outro grupo de Países do qual Portugal faz parte, defende a mobilidade e os seus incentivos quer no interior da EU, quer entre os países da EU e os designados países terceiros (todos os que não fazem parte da UE). Razões substantivas para esta posição política são o direito a que artistas e trabalhadores culturais dos países terceiros possam aprender, estudar, apresentar as suas propostas culturais e artísticas aos cidadãos europeus e às suas organizações e com isso aumentar o mundo e o imaginário de todos. É evidente que a reciprocidade de tratamento está implícita na defesa desta posição política. Razões outras decorrem da existência de relações de cumplicidade artística e afectiva entre comunidades de países e necessariamente da importância – nomeadamente económica- que podem adquirir algumas cidades que servem de plataforma de encontro entre a Europa e Países terceiros. É um debate importante que vai ocupar os próximos anos porque nele está implicada a sobrevivência artística e a inovação e a fruição cultural no Próximo Futuro.


No one knows about Persian Cats, Bahman Ghobadi, Alemanha, Irão, 2009
18
Nov09

A crise atinge o microcrédito?

Próximo Futuro

A continuidade do mundo está em nossas mãos. Depende da minha, da sua, da nossa consciência e responsabilidade com o amanhã. O próximo futuro solicita um comprometimento humano de evolução ecossocioeconómica [usando o termo de Ignacy Sachs] solidário e equitativo em que cidadãos e o Poder Local têm além do compromisso de desenvolvimento sustentável o envolvimento da gestão participativa.
Para responder sobre a crise o meu pensamento vai para as questões do desenvolvimento local sustentável, ou seja a cidade onde moro, vivo e trabalho. No momento actual, a crise alastra-se como uma epidemia e atinge principalmente os países desenvolvidos. Por ironia, esta mesma epidemia encontra alguns anticorpos nos países que sempre viveram em crise, ou que conhecem diversos tipos de crise, como exemplo: crise inflacionária, crise da fome, crise da seca, crise da violência, crise da saúde, crise do terceiro mundo, crise das crises!
No primeiro Workshop de Investigação – Próximo Futuro, Respostas à Crise – o Professor António Pinto Ribeiro fez a seguinte pergunta: a crise atinge o microcrédito? Ora bem, o microcrédito é especificamente uma ferramenta de desenvolvimento socioeconómico local. Naquele momento, pensei se deveria ou não responder porque só conheço o ambiente de microcrédito no Nordeste brasileiro. Porém, diante da actual crise sócio-económica-financeira o microcrédito não foi atingido na mesma proporção que o sistema de crédito formal e posso dizer o porquê, com base na minha experiência de trabalho e investigação recente. Quero antes recordar que o microcrédito serve para atender aos que pouco têm ou nada têm para empreender um trabalho autónomo que quando muito, emprega um ou outro familiar na abertura ou manutenção do negócio.
Contraditoriamente, o microcrédito se expandiu no sentido de colaborar para diminuir as estatísticas referente a crise socioeconómica que, neste caso, há muito está presente nos países em desenvolvimento da América Latina. A maioria das instituições que trabalham com crédito produtivo popular , no Brasil, são Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), bancos do povo, cooperativas de crédito e outros instituições do Terceiro Sector, além dos bancos tradicionais. Contudo, a metodologia de acesso ao crédito usada principalmente pelas OSCIP´s (Terceiro Sector), tende a agir de maneira rápida e sem burocracia para proprietários ou empreendedores de pequenos negócios formais e informais que necessitem de recursos financeiros para promover o crescimento de seu microempreendimento.
A chave do sucesso usadas pelas organizações do Terceiro Sector e também por alguns bancos é a metodologia da concessão de crédito orientada e formação de grupos solidários. Neste caso, o agente de crédito relaciona-se directamente com o microempreendedor no local da sua actividade produtiva. O atendimento é personalizado e feito por pessoas treinadas para orientar o tomador sobre a gestão do negócio, as suas necessidades de crédito, a definição do valor do empréstimo necessário para o desenvolvimento sustentável do negócio e as condições do crédito após a avaliação da actividade e da capacidade de endividamento do empreendedor. Esta metodologia contribui para a autonomia do solicitador do crédito, para que seu negócio seja duradouro e ao mesmo tempo a instituição financeira tenha menor índice de inadimplência. A formação do grupo solidário funciona como uma rede de sociabilidade em que as pessoas comprometem-se uma com a outra pela responsabilidade do crédito adquirido.
O menor índice de inadimplência favorece o sistema de crédito rotativo, desse modo o crédito concedido retorna para a instituição financeira pela eficiência e eficaz manutenção das contas exercida pelo agente de crédito. Portanto é possível dizer que a crise não atingiu as organizações de microcrédito que actuam em sistema de rede de sociabilidade, seja ela através de programas financeiros nacionais, programas de responsabilidade social ligados ao sector privado e financiamento internacional, incluindo seu modo profissional de gestão financeira. No entanto, a crise atingiu em parte as organizações de microcrédito que vivem unicamente de recursos internacionais de financiamento.
Acredito que parte do sucesso das organizações do Terceiro Sector no Brasil decorre em função da sua profissionalização e dos seus projectos de auto-sustentabilidade em que o lucro obtido é reinvestido para sua maior autonomia e competitividade sem esquecer a sua função social, mas não filantrópica. Este comportamento muito se deve a algumas Instituições de Ensino Superior que têm em seus cursos de licenciatura na área de Ciências Sociais a inclusão de disciplinas que atendem as necessidades do Terceiro Sector, bem como inúmeros curso de pós-graduação, mestrado e doutoramento na área do Terceiro Sector e da gestão social.

Bernardette Bittencourt*

1. Sachs, Ignacy (2007) Rumo à Ecossocioeconomia – Teoria e prática do desenvolvimento. São Paulo, Ed. Cortez.
2. Bittencourt, Bernadete (2008) http://www.ces.uc.pt/e-cadernos/pages/pt/numeros/02--2008-ndash-novos-mapas-para-as-ciencias-sociais-e-humanas-artigos-pre-coloquio/bernardete-bittencourt-dinamicas-sociais-contemporaneas-redes-capital-social-e-desenvolvimento-sustentavel.php?lang=PT
3. Expressão mais adequada para o microcrédito na opinião de Paul Singer.
4. Ver como exemplo o CEAPE/PI - http://www.ceapepi.org.br/ - observar que na sua página existe a publicação do seu desempenho e fontes de financiamento, BID, OIKOCredit, CEF, SEBRAE, BNDES.
5.Ver Merege, Luiz Carlos (2009) “O impacto da crise no terceiro setor”- http://integracao.fgvsp.br/ano11/10/editorial.htm
6. Algumas referências: Centro de Empreendedorismo Social e Administração em Terceiro Sector, USP, São Paulo - http://www.ceats.org.br/ - CETS – Centro de Estudos do Terceiro Setor, Fundação Getúlio Vargas, São Paulo - http://eaesp.fgvsp.br/ - CIAGS - Centro Interdisciplinar de Desenvolvimento e Gestão Social, Escola de Administração da UFBA, Bahia - www.gestaosocial.org.br - NIPETS - Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas e Estudos sobre o Terceiro Setor, Escola de Administração da UFRGS – Rio Grande do Sul - http://www.ea.ufrgs.br/

* Bernadete Bittencourt, Administradora formada pela EAUFBA, Brasil; doutoranda em Sociologia Económica e das Organizações ISEG/UTL, membro e investigadora do SOCIUS/ISEG/UTL – Centro de Investigação em Sociologia Económica e das Organizações.
14
Nov09

O próximo futuro e a crise. Há crise?

Próximo Futuro
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O próximo futuro e a crise. Há crise?

Durante dois dias aconteceu algo muito raro, ou quase inédito: centros de investigação de diversas áreas discutiram, conjuntamente, a crise no âmbito de um futuro próximo. Ou de um presente, às vezes desconhecido. A ideia de promover um workshop, e não um colóquio, é muito interessante porque só assim, a ouvir e trocar ideias uns com os outros, é que se pode produzir teoria. Da literatura à economia, da gestão à antropologia, à sociologia, às ciências políticas, às ciências da comunicação… cada um, na sua especificidade, reflectiu sobre a crise e todos chegaram quase a uma mesma conclusão: ela existe. Estamos, de facto, em crise. (talvez uma crise crónica): da moral, dos saberes, da tecnologia, ou dos seus usos, da economia e da saúde do mundo em geral. Como foi referido algumas vezes, o conceito de crise aparece na medicina para designar um momento crucial da doença, e do doente. Aquele ponto de não retorno: ou cura ou morte. E se queremos um futuro, próximo ou distante, é necessário pensar rapidamente na cura possível. Mesmo que esta cura passe por tomarmos consciência de que há que se rever conceitos, modelos, vivências. Há que se reconhecer, uma vez mais, a falência do projecto da modernidade e há que se buscar algo que o substitua. Volta-se a falar de civilização, já que de cultura se fala há demasiado tempo e parece que a própria palavra, de tanto ser repetida, deixou de fazer sentido. Para quase todos é disto que se trata: recuperar o sentido. Um sentido. Os sentidos. Voltar a encher os conceitos de objectos, sair do estado encantatório das teorias perfeitas, as quais tentam ajustar o mundo, e olhar, efectivamente, para o mundo. Como o grande cientista do século XIX, Louis Agassiz, tentou mostrar a um estudante que deveria fazer um trabalho sobre o peixe-lua. O estudante trouxe, no primeiro dia, um grande tratado enciclopédico e bem fundamentado sobre o peixe. Agassiz devolve o trabalho e diz que ele deve olhar para o peixe antes de olhar para o que se disse sobre ele. Depois de muitas tentativas e com o peixe já apodrecido, o aluno percebeu o que deveria fazer. E pôde escrever sobre o peixe-lua, que ele agora, finalmente, conhecia.
Entre apocalípticos e integrados, houve, nestes dois dias, um desejo genuíno de olhar para as coisas, de voltar vezes sem conta a debruçar-se sobre elas e tentar compreendê-las. Deixar que as coisas falassem. Ouvi-las. E ouvir os outros, que têm discursos dissonantes, divergentes, discursos outros que podem ser enriquecedores, enriquecidos, combinados. Faltou no entanto a presença de um outro, que é a base do projecto próximo futuro. O outro não-europeu. O outro cujos conceitos que se criam para entendê-los nunca serão suficientes. O outro cuja alteridade assusta. Mas o outro ausente deverá aparecer nos próximos encontros. A sua presença tornar-se-á necessária. Porque, a pouco-e-pouco, vai se percebendo que os modelos que falharam foram aqueles onde os outros não tiveram vez nem voz. E creio que um futuro desejável só será possível se, finalmente, nos dermos conta de que nós também somos o outro. E descendo do pedestal dos modelos civilizacionais e académicos, olharmos para aqueles que achamos ser o outro como alguém que também faz parte de nós.

Miriam Tavares
CIAC - Centro de Investigação em Arte e Comunicação (Universidade do Algarve)

Imagem: Der Held mit dem Flügel (The Hero with the Wing) from the series Inventions (Inventionen)
Paul Klee (German, born Switzerland. 1879-1940)
12
Nov09

Um livro a ler e a discutir

Próximo Futuro



Em inglês chama-se Dead Aid e em francês o título é L'Aide Fatale. A sua autora é a zambiana Dambisa Moyo (n. 1969), economista que faz parte da nova geração de africanos da diáspora com formações académicas de excelência (Harvard e Oxford). Tem uma carreira profissional onde se destacam os cargos de directora do Banco Mundial e da Goldman Sachs. A revista Time considerou-a como uma das mulheres mais influentes na actualidade.
A publicação do seu livro tem provocado uma polémica global dadas as soluções que propõe para o desenvolvimento africano, que vão contra a corrente das estratégias actuais de ajuda ao desenvolvimento. A sua tese mais radical defende o fim da ajuda internacional no espaço dos próximos cinco anos. Ou, como ela sugere, que os responsáveis do banco Mundial, do FMI, da União Europeia e de outras organizações internacionais telefonem aos presidentes dos países africanos anunciando-lhes que a "torneira" da ajuda ao desenvolvimento será fechada dentro de cinco anos, e que, por isso, é urgente que se encontrem alternativas ao seu financiamento.
O diagnóstico que faz é detalhado e acompanhado de uma História Social e Económica de África, onde a geografia e a sociologia política são uma ajuda preciosa aos números, factos e relatos do desenvolvimento do século 20 naquele continente. A pergunta de partida para o seu livro é: Porque é que a África continua tão pobre apesar dos biliões de dólares que recebeu para a ajuda ao desenvolvimento? Seguidamente, coloca a interrogação sobre a comparação com o desenvolvimento de países da Ásia, quando muitos países africanos partiram há cinquenta anos atrás de um nível de desenvolvimento superior a muitos países asiáticos.
Aponta como razões evidentes a corrupção, a enorme diversidade dos países africanos, facto que não tem sido considerado fulcral nas estratégias seguidas até agora. Mas, Dambisa Moyo aponta também a erros crassos aos dadores, a começar pela denúncia de ser a ajuda ao desenvolvimento uma actividade de geração de empregos (mais de 500.000 nos países dos doadores) difícil de estancar, como difícil de parar é a disputa destes países, num conflito silencioso de influência e de interesses comerciais. Aponta ainda a incapacidade dos países dadores, e muito em particular os europeus, de conseguirem pensar noutra solução mais imaginativa que vá para lá da cópia do plano Marshall, criado pelos EUA para a Europa no pós -guerra.
No estado da arte que descreve, Dambisa Moyo destaca a importância que a China tem vindo a adquirir em todos os países africanos, sendo hoje o maior investidor no continente, a par de exportador de mão de obra e de ocupação silenciosa territorial. Mas, os outros países do BIC (Brasil, Índia e China) têm também um papel importante na alteração do modo como se estão a tornar parceiros africanos e como as suas economias, bem como as economias dos países onde investem, têm usufruído destas parcerias inovadoras que, naturalmente, estão a alterar a ordem mundial. De uma forma muito sintética, como soluções a curto prazo para que o desenvolvimento africano seja eficaz e realista, Dambisa Moyo aponta: a) seguir o exemplo dos países asiáticos emergentes, nomeadamente, a sua aproximação aos mercados internacionais de capitais, recorrendo à emissão de obrigações, b) estimular a política chinesa de investimentos directos em grande escala em infra-estruturas, c) manter a pressão à escala internacional para criar um mercado autenticamente livre dos produtos agrícolas, o que favoreceria fortemente os produtores africanos, d) implantar outras formas de pequenos financiamentos, como as versões do micro-crédito aplicadas noutros países, que têm sido reconhecidas com assinalável sucesso.
Não há nunca neste livro uma abordagem moralista aos problemas, e é nele evidente uma vontade autêntica, com recursos a instrumentos inteligentes, de contribuir para acabar com a "droga" do apoio ao desenvolvimento, para que os africanos possam ser autónomos e capazes de gerir o seu futuro. Estando mais ou menos próximos das soluções de Dambisa Moyo, este é um livro que é fundamental ler e discutir.

11
Nov09

China em África

Próximo Futuro
A discussão sobre a "chinização”, ou seja sobre a presença maciça dos chineses em África, já é uma constante entre os intelectuais e os artistas africanos. A resposta a esta realidade inclui muitas vezes uma crítica subtil à postura dos europeus e ao seu cinismo. Ainda recentemente, o realizador Abderrahmane Sissako (n.1961) afirmava : “a esse propósito acho oportuno citar um provérbio mali que diz: quando te estás a afogar, agarras -te até ao primeiro crocodilo que passe”.
11
Nov09

1º workshop de investigação

Próximo Futuro
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O presente é confuso, o futuro muito incerto, sabemos muito pouco uns dos outros, do que nos é comum e do que nos é diferenciado, mas podemos intervir. E, com certeza, uma das formas, é certo que pouco espectacular, não necessariamente muito mediática mas eficaz e, sobretudo, fundamental, é a investigação. Isto é, os vários métodos e protocolos de investigação e a produção da teoria. É conhecida a importância que esta actividade tem na Fundação Gulbenkian. No entanto ela é sempre insuficiente e sempre urgente, apesar de ser paradoxalmente uma actividade com tempos lentos e que vive de tentativas, sucessos e falhas e, de novo, de mais tentativas e sempre a partir da discussão, a maioria das vezes entre pares com as linguagens adequadas e os calendários próprios. Neste Programa Gulbenkian, que terá diversos formatos, uma parte substantiva é dedicado à produção da teoria e à sua comunicação. Assim, ao longo do período da sua realização, o Próximo Futuro vai organizar workshops, encontros e debates entre pares, com um formato mais fechado, longe das arenas de discussão pública, para os quais os investigadores dos centros convidados, e que aderiram a este projecto, vão produzir teoria a partir das suas linhas de investigação particulares, transferidas para a plataforma que constitui o calendário do programa. A estes investigadores se associarão outros internacionais que também contribuirão com os seus problemas e hipóteses de trabalho que, a posteriori, e validadas pelos seus pares, serão publicadas em suportes específicos. À parte deste trabalho mais discreto, mas em perfeita colaboração com outro mais visível publicamente, serão organizados ciclos de conferências e Grandes Lições, com temas e intervenientes a indicar posteriormente. E o trabalho só terá sentido quando parte desta teoria produzida puder ser comunicada em círculos difusos a outros investigadores, a públicos anónimos mas interessados e aos estudantes do Próximo Futuro.

Programa completo e extractos das comunicações já disponíveis na página do Próximo Futuro.

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